Emoção marca o primeiro dia do congresso que discute formas de prevenção a tragédia, em Santa Maria
Uma plateia muito emocionada marcou o início do 1° Congresso Internacional Novos Caminhos - A vida em transformação, na manhã deste sábado, 25, em Santa Maria. As lágrimas no rosto de familiares das vítimas e sobreviventes da maior tragédia do Rio Grande do Sul foram a tônica do evento criado para refletir e discutir formas de prevenção para que desastres como o que matou 242 jovens na boate Kiss no dia 27 de janeiro de 2013 não se repitam.
Em um discurso contundente, o presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Adherbal Alves Ferreira, falou da dor compartilhada por pais e irmãos das vítimas, enquanto um telão no auditório mostrava retratos dos dias de felicidade daqueles jovens que tiveram a vida interrompida de forma tão repentina.
_ Meu Deus, que saudade. Nossa vida foi cortada, rasgada. É uma dor atravessada no peito. Parece um enfarte. É a dor da alma. Precisamos viver para achar uma maneira nova. Por isso esse Congresso. Porque precisamos andar. Caminhamos pela verdadeira justiça, para que nenhuma família sofra o que nós estamos sofrendo.
_ Meu Deus, que saudade. Nossa vida foi cortada, rasgada. É uma dor atravessada no peito. Parece um enfarte. É a dor da alma. Precisamos viver para achar uma maneira nova. Por isso esse Congresso. Porque precisamos andar. Caminhamos pela verdadeira justiça, para que nenhuma família sofra o que nós estamos sofrendo.
Cerca de 300 pessoas participaram da abertura do evento, que ocorre de sábado a segunda-feira e trará um ciclo de palestras e debates sobre prevenção, segurança, saúde, atendimento psicossocial, motivação e justiça. À tarde, estão previstos uma palestra com o especialista em segurança J. Pedro Corrêa e a apresentação do documentário Janeiro 27, dos produtores Luiz Alberto Cassol e Paulo Nascimento.
_ Esse Congresso tem a finalidade de trazer um momento para refletir sobre os diversos temas emergentes da situação vivida na tragédia da boate Kiss e representa uma oportunidade para que familiares, sobreviventes, voluntários, profissionais e a comunidade possam se reencontrar e trocar experiências que contribuam para a superação e a transformação da vida. É o primeiro passo, aquele que não sabemos ainda ser firme o suficiente para a caminhada que virá a seguir _ disse a coordenadora do congresso, Rosemar Thies.
_ Esse Congresso tem a finalidade de trazer um momento para refletir sobre os diversos temas emergentes da situação vivida na tragédia da boate Kiss e representa uma oportunidade para que familiares, sobreviventes, voluntários, profissionais e a comunidade possam se reencontrar e trocar experiências que contribuam para a superação e a transformação da vida. É o primeiro passo, aquele que não sabemos ainda ser firme o suficiente para a caminhada que virá a seguir _ disse a coordenadora do congresso, Rosemar Thies.
Em carta, o diretor do Centro de Excelência para Redução de Desastres da Organização das Nações Unidas, David Stevens, levou uma mensagem da organização internacional aos presentes.
_ Esforços de reconstrução devem levar em conta estas experiências passadas para criar alternativas menos vulneráveis, mais preparadas, não só em termos de reconstrução dos espaços públicos, mas também no sentido de promover conhecimento e a conscientização dos riscos em toda a sociedade _ escreveu.
_ Esforços de reconstrução devem levar em conta estas experiências passadas para criar alternativas menos vulneráveis, mais preparadas, não só em termos de reconstrução dos espaços públicos, mas também no sentido de promover conhecimento e a conscientização dos riscos em toda a sociedade _ escreveu.
JustiçaPara o presidente da Associação, o maior temor é que não haja a punição dos envolvidos. Ele acredita que uma eventual indenização às famílias é também uma forma de se fazer justiça.
_ O maior temor é que não haja a punição de ninguém. Queremos que ela seja feita e que todos façam dentro do limite da sua culpabilidade, desde o que teve participação menor, nem que seja para pagar uma cesta básica, até os casos mais graves, os donos da boate, que assumiram o risco de matar. Isso não pode ser impune. Se não tiver justiça tem que colocar essas pessoas num banheiro e fazer eles cheirarem aquele gás todo pra sentir o que esses jovens sentiram.
_ O maior temor é que não haja a punição de ninguém. Queremos que ela seja feita e que todos façam dentro do limite da sua culpabilidade, desde o que teve participação menor, nem que seja para pagar uma cesta básica, até os casos mais graves, os donos da boate, que assumiram o risco de matar. Isso não pode ser impune. Se não tiver justiça tem que colocar essas pessoas num banheiro e fazer eles cheirarem aquele gás todo pra sentir o que esses jovens sentiram.
Os familiares das vítimas e demais presentes ao evento notaram a ausência do prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, e do governador do Estado, Tarso Genro, que mandaram representantes.
DIÁRIO DE SANTA MARIA
Category: tragédia
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